segunda-feira, 6 de agosto de 2012

ENQUANTO AINDA HÁ TEMPO

ENQUANTO AINDA HÁ TEMPO

Um dia, sei que a morte me calará.

Não haverá mais tempo para dizer o que sinto.

Não haverá um momento exato ou inexato... Apenas não haverá momento.

Não quero partir com a sensação de que disse tanto... Menos o que queria.

Que fiz tanto... Menos o que realmente desejava.

Sou uma alma intensamente alegre, e intensamente triste...

Sou apenas uma alma de poeta.

Tenho todas as emoções aos gritos, nas pontas dos dedos.

Tenho todas as razões que preciso para escrever.

Então, permita-me gritar meus sentidos, explicar todas as minhas intenções.

Não quero vê-lo questionando-se o que eu senti, quando eu não puder mais te assegurar.

A vida é curta e, mesmo com o passar de muitos anos, o tempo nos rouba certas consciências.

Não quero perder tempo com receios que me travam a língua e acorrentam-me os pés.

Deixe-me falar do quanto fui feliz quando fomos nós.

Deixe-me confessar toda a beleza que vi dentro de você.

Deixe-me repetir incansavelmente, o que penso de ti, e o quanto fostes importante para mim.

Ouça-me enquanto há tempo... Diga-me tudo o que precisa.

Antes que o tempo seja apenas passado, e tudo o que calamos, Não possa mais ser falado.

Gil Façanha