domingo, 13 de abril de 2014

NO MEU ENCALÇO




NO MEU ENCALÇO

É inútil inventar caminhos sigilosos
Tentar me afastar, cada vez mais alem
Ele compõe versos com olhares maviosos
Absorve meu gráfico, faz o jogo que convém

E se meus pés me guiam por outro compasso
Delineando alamedas com acesso oculto
Com delírio e vontade de amante devasso
Num relance me acha, reconhece meu vulto

Nos teus braços descubro minha outra metade
Seu abraço afasta a tempestade devastadora
Mãos ciganas, febris, acordam minha vontade
Levam-me na madrugada, doce e sonhadora.

Beijos despudorados provocam nossos sentidos
Nas águas deste desejo, mergulhamos atrevidos

Glória Salles
-Registro na Biblioteca Nacional
-Ministério da Cultura
-E.D.A.