Alma viajante
Não te queria deixar
mas o tempo
o colossal e imenso tempo
degolou as metáforas
agora nada resta
…onde vou eu buscar
a serenidade que me outorgavas?
Observo-te nostalgicamente
recordo os teus aromas
a pele quente…
com a alma viajante
Acabou!
És agora pedra
exposta ao tempo,
as gaivotas cantam
as ondas enrolam-se sem peia
o verde da saudade
que os meus olhos sentem…
Não mentem à mente
quero-te como antigamente!
Parto
para te dar novo porto,
serás sempre parte de mim
serenamente recordação
luz quântica
equação sem divisão
relâmpago feliz
que em mim cantará…canta!
Ana Coelho