sábado, 28 de março de 2015

Alma viajante





Alma viajante

Não te queria deixar
mas o tempo
o colossal e imenso tempo
degolou as metáforas 
agora nada resta
…onde vou eu buscar 
a serenidade que me outorgavas?

Observo-te nostalgicamente
recordo os teus aromas
a pele quente…
com a alma viajante

Acabou!

És agora pedra
exposta ao tempo,
as gaivotas cantam
as ondas enrolam-se sem peia 
o verde da saudade
que os meus olhos sentem…

Não mentem à mente
quero-te como antigamente!

Parto
para te dar novo porto,
serás sempre parte de mim
serenamente recordação
luz quântica 
equação sem divisão
relâmpago feliz
que em mim cantará…canta! 

Ana Coelho