terça-feira, 3 de maio de 2016

MÃE



MÃE 

Que saudades de ti 
Fazia traquinices 
Olhavas-me docemente 
Com teu olhar presenteiro 
Repreendias-me severamente 
Ensinaste-me o que sabias 
Como eu fora teu amor primeiro 

Recordo-te sempre 
Em especial nesta data 
Como uma heroína. 
Tua alma está livre... 
Teu corpo jaz noutra morada 
Tua linda imagem 
Será sempre velada 

Sinto a tua companhia 
És o meu anjo da guarda 
Andas comigo noite e dia 
Por vezes sinto-me só 
Mas nunca me senti abandonada 
Lembro-me dos teus cabelos 
Brancos e belos 
Fios de pura prata 
Autêntica filigrana 

Lembro-me dos teus carinhos 
Mão firme e sedosa 
Sentia em ti segurança 
Firmeza na tua voz melodiosa 
Segurança de matriarca 
Com profecia bem amarga... 

Herdei o teu carisma 
O teu brasão 
O teu sinal 
A tua marca 
A tua espada 
Que não conseguiu vencer 
A batalha final 

Os heróis... 
Não são os que uma vez venceram 
Os heróis... 
São os que diariamente lutam 
Para viver um dia de cada vez 
Com intensidade 
Eternizando cada segundo 
Em cada hora ou minuto 
Como se fosse a última vez 
Que levantam a sua espada 

Espada de vida 
Prestes a ser vencida 
Os heróis... 
Jamais se esquecem 
Sinto falta de ti... mãe 

Deixo na tua morada 
A luz de uma rosa amarela 
Era para ti e é para mim 
A rosa mais bela... 

Ao escrever este poema 
Não suportei a lembrança 
Chorei... 
Sinto muito a tua ausência... 
Minha querida Mãe. 

Até Ontem 
*Ana Rosa *