sexta-feira, 9 de setembro de 2016

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Seria tão bom se só tivessem abraços... e que fossem eles bem apertados. Seria tão bom se só tivessem beijos... sendo eles sempre: molhados, lascivos e despudorados... daqueles mais apaixonados e eternizados. Seria bom se só tivéssemos chegadas... e que ficássemos totalmente ausentes das nossas partidas. Seria tão bom se não sentíssemos saudades ou, se sentíssemos, que elas se resolvessem em fração de segundos. Seria tão bom se tivéssemos apenas sorrisos... algo mágico e desmedido... e que as lágrimas fossem apenas um acessório inutilizável. Seria tão bom se fosse entre o meu eu, o seu e a terra do nunca... e nós dois juntos brincando em tantas aventuras... Entre o nosso navio voador e as nuvens. E que pudéssemos nos redescobrir dia a dia... nos redesenhando... nos desfazendo e refazendo... até sermos lendas, estrelas, céus e infinitudes. Até ser saudade que se escreve na areia da praia para que as ondas levem por todos os cantos. Seria tão bom se tivéssemos tudo isso... tudo isso e absolutamente mais nada!


(Adriano Hungaro )