Sem rosto e sem voz
e sem corpo e sem presença
como em um baile de carnaval
que a fantasia se reveste...
Apenas a digitação digital
em um computador banal
onde somos o que não somos
e acreditamos que somos...
Nada certo, nada verdade
e tudo falso e tudo mentira
que o coração quer acreditar
na bula grátis empacotada
no remédio da farmácia...
Mas a mente aceita
as palavras digitadas
compradas pela decepção
como um punhal afiado...
E sem voz e sem rosto
do computador compartilhado
da ilusão e da fantasia
do deserto atravessado...
*CARLA TORRINI*